Lipoproteínas associadas à resistência insulínica (LPIR) indicam risco de doença antes de exame apontar glicose elevada

vacinasO escore de lipoproteínas associadas à resistência insulínica (LPIR) é um marcador que pode detectar mais precocemente o risco de desenvolver diabete tipo 2, mesmo em pessoas que possuem peso, glicemia e colesterol normais. O resultado está em pesquisa com participação do clínico geral e cardiologista Paulo Henrique Harada, pós-doutorando do Hospital Universitário (HU) da USP, realizada na Harvard Medical School (Estados Unidos). Esse marcador melhorou a avaliação de risco de diabete tipo 2 em um grupo de 25 mil mulheres, mesmo já se considerando outros marcadores tradicionais.

O LPIR é um marcador composto baseado em seis partículas de colesterol (lipoproteínas). Estas são extremamente sensíveis à resistência insulínica, mecanismo ligado ao desenvolvimento de diabete tipo 2. “A partir desses números é feito um escore ponderado que vai de 0 a 100, onde maiores valores indicam maior risco de diabete tipo 2”, explica o médico.

Os marcadores clássicos do diabete tipo 2 são idade, índice de massa corpórea (IMC), glicemia, HDL colesterol, triglicérides e histórico familiar da doença. “Em conjunto, esses fatores têm um bom desempenho, mas ainda assim com margem de erro significativa”, afirma Harada. O valor agregado desse marcador na detecção do risco de diabete tipo 2 foi testado em 25 mil mulheres ao longo de 20 anos, que fazem parte do Women’s Health Study do Brigham and Women’s Hospital, vinculado à Harvard Medical School.

O LPIR esteve associado com o risco de diabete durante esses 20 anos. “Foi possível classificar os pacientes como de alto risco (LPIR acima de 67), que têm 2,2 vezes o risco de desenvolver diabete daqueles de baixo risco (LPIR abaixo de 30)”, destaca o pesquisador. “Mesmo em pessoas que se supunha de risco baixo (IMC, glicose, HDL colesterol e triglicérides normais), a presença de LPIR alto esteve associado a maior risco de diabete.”

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Fonte: Jornal da USP