16 cursos da USP estão entre os 50 melhores do mundo

A USP é a universidade latino-americana com maior número de cursos classificados. Ao todo, 44 cursos estão entre os 100 melhores do mundo, sendo que 16 estão entre os 50 melhores

A USP está entre as melhores universidades do mundo em 44 das 55 áreas específicas avaliadas no QS World University Ranking by Subject, divulgado hoje, dia 10 de abril.

Desse total, 16 áreas específicas foram classificadas entre as 50 melhores: Odontologia (13ª posição); Antropologia (23ª); Engenharia de Petróleo (24ª); Agricultura e Silvicultura (32ª); Engenharia de Minas (34ª); Enfermagem (34ª); Engenharia Civil e de Estruturas (38ª); Arquitetura (39ª); Política Social e Administração (42ª); Sociologia (43ª); Arqueologia (44ª); Esportes (44ª); Farmácia e Farmacologia (44ª); Ciências Ambientais (44ª); Direito (45ª); e Línguas Modernas (46ª).

Em 28 áreas específicas a Universidade ficou entre a 51ª e a 100ª posição; em quatro áreas, entre as 150 melhores; e, em uma área, entre as 200 melhores.

As áreas específicas são agrupadas em cinco grandes áreas e a USP está entre as 100 melhores na classificação geral de todas as cinco: Ciência Social e Administração (41ª), Artes e Humanidades (46ª), Ciências da Vida e Medicina (44), Ciências Naturais (58ª) e Engenharia e Tecnologia (57ª).

Mais informações sobre o ranking podem ser obtidas na página do Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico (Egida) da USP. 

Classificação da USP por áreas no QS World University by Subject 2024

ARTS & HUMANITIES46
Architecture39
Art & Design51-100
English Language & Literature151-200
History51-100
Linguistics88
Modern Languages46
Philosophy51-100
SOCIAL SCIENCES & MANAGEMENT41
Accounting & Finance69
Anthropology23
Business & Management Studies70
Communication & Media Studies101-150
Development Studies51-100
Economics & Econometrics137
Education73
Hospitality & Leisure Management51-100
Law45
Library & Information Management51-70
Politics & International Studies51-100
Social Policy & Administration42
Sociology43
Sports-related Subjects44
Statistics & Operational Research51-100
ENGINEERING & TECHNOLOGY57
Computer Science & Information Systems80
Data Science and Artificial Intelligence51-70
Engineering Chemical72
Engineering CiviI & Structural38
Engineering Electrical &Electronic75
Eng Mechanical, Aeronautical & Manufacturing68
Engineering Mineral & Mining34
Petroleum Engineering24
LIFE SCIENCES & MEDICINE44
Agriculture & Forestry32
Anatomy & Physiology51-100
Biological Sciences57
Dentistry13
Medicine53
Nursing34
Pharmacy and Pharmacology44
Psychology90
Veterinary Science51-70
NATURAL SCIENCES58
Chemistry70
Earth & Marine Sciences51-100
Environmental Sciences44
Geography51-100
Geology51-100
Geophysics101-150
Materials Science101-150
Mathematics87
Physics and Astronomy70

Liderança na América Latina

Na edição deste ano do ranking, foram avaliados cursos de 1.559 universidades do mundo todo. Impulsionada principalmente pela boa classificação dos cursos de Odontologia, Engenharia de Petróleo, Antropologia e Agricultura, a USP foi a instituição da América Latina com melhor desempenho no ranking.

Publicado desde 2011 pela Quacquarelli Symonds, organização britânica de pesquisa especializada em instituições de ensino superior, o ranking avaliou as universidades de acordo com cinco indicadores (reputação acadêmica, reputação entre empregadores, citações científicas, índice H e internacionalização), adaptados de acordo com cada área específica.

Saiba mais: https://www.topuniversities.com/subject-rankings  

Fonte: Jornal da USP

Texto: Erika Yamamoto, Arte: Joyce Tenório*

*Estagiária sob supervisão de Simone Gomes de Sá

E-books dão dicas de experiências práticas para aulas de ciências

Disponíveis no Portal de Livros Abertos da USP, e-books “Ensino de Ciências por Investigação” e “Explorações em Ciências na Educação Infantil” oferecem materiais para educadores e estudantes interessados no campo científico

Experimentos ajudam a entender conceitos de ciência – Foto: Freepik

Aprender ciência não precisa se resumir a ler conceitos em uma lousa; a prática e a experimentação também são elementos essenciais do método científico. Pensando nisso, no último dia 10 de março, o Portal de Livros Abertos da USP disponibilizou gratuitamente dois novos materiais que prometem enriquecer o campo do ensino de ciências. Os e-books Ensino de Ciências por Investigação e Explorações em Ciências na Educação Infantil fornecem recursos fundamentais tanto para educadores quanto para estudantes interessados no universo científico.

De acordo com a Angelina Sofia Orlandi, organizadora das publicações e chefe de Seção Técnica de Divulgação Química do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da USP em São Carlos, “ambos os materiais fazem parte do programa ABC na Educação Científica – Mão na Massa, que tem como objetivo o ensino de ciências por investigação”. As obras têm como base a cooperação entre a Academia de Ciências da França e a Academia Brasileira de Ciências.

“Começamos a trabalhar desde 2001, traduzindo trabalhos iniciais do francês e desenvolvendo materiais didáticos”, lembra ela. Os temas desenvolvidos abrangem módulos temáticos com experimentos voltados para crianças do ensino fundamental I. “Esse livro foi pensado principalmente para o ensino fundamental, mas os professores podem adaptá-lo para níveis mais avançados”, esclarece.

O livro Explorações em Ciências na Educação Infantil, organizado tanto por Angelina quanto por Sandra Fagionato-Ruffino, da Prefeitura Municipal de São Carlos, apresenta uma série de atividades pensadas especificamente para crianças em idade pré-escolar. Desde 2001, esse projeto vem sendo desenvolvido e disponibilizado em diferentes plataformas, inclusive no site oficial do CDCC neste link

Já a obra Ensino de Ciências por Investigação propõe uma abordagem inovadora para a educação científica. Em sintonia com a ideia de que o ensino de ciências deve ir além da simples transmissão de conhecimento, o livro destaca a importância da investigação e do desenvolvimento de habilidades práticas. Ao longo de sete módulos destinados ao ensino fundamental, temas como Cartografia, Diagnóstico Ambiental e Estados Físicos da Água são abordados de forma prática e envolvente. 

Apito ajuda a entender como o som é produzido por vibrações do ar que se propagam – Foto: Reprodução/CDCC

“Mão na Massa”

Por terem sido pensados para serem trabalhados de forma prática pelos professores, Angelina revela também que foram criados kits experimentais para até dez grupos de alunos trabalharem simultaneamente em sala de aula. “É um material que pode ser emprestado para os professores pelo CDCC. Os professores podem entrar em contato com o centro, e os motoristas até levam o material para a escola, por enquanto, somente em São Carlos”, afirma.

Os módulos, organizados de forma clara e didática, abrangem uma variedade de temas, desde introduções à temática até materiais e conclusões. Cada atividade é delineada cuidadosamente, com sugestões de questões e procedimentos, além de serem complementadas com relatos e registros das experiências vivenciadas em sala de aula.

“Acredito que esses livros auxiliam muito [a educação científica], pois além de serem direcionados para os professores, são necessários para que estes trabalhem de forma investigativa”, reforça Angelina ao refletir sobre a importância dos cursos oferecidos pela equipe para os professores sobre como utilizar esse material. “É muito gratificante quando os alunos aprendem, e esse registro é muito importante. A proposta pede que façamos esse tipo de esforço. É importante que alunos e professores tenham esse registro”, enfatiza.

Publicações estão disponíveis para download – Foto: Reprodução/CDCC

Ambos os livros representam um esforço conjunto de especialistas e educadores para promover uma abordagem mais dinâmica e participativa no ensino de ciências.

Para fazer o download gratuito dos e-books, acesse o Portal de Livros Abertos da USP:

Ensino de Ciências por Investigação

https://www.livrosabertos.abcd.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/1292

Explorações em ciências na educação infantil

https://www.livrosabertos.abcd.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/1273

Fonte: Jornal da USP

Série de webinários sobre o Cortellis Drug Discovery Intelligence, acessível via Portal de Periódicos da CAPES.

O Cortellis Drug Discovery Intelligence é uma plataforma avançada desenvolvida pela Clarivate Analytics, que serve como uma fonte abrangente e precisa de inteligência para pesquisa e desenvolvimento (P&D) no campo farmacêutico e de medicamentos. Esta plataforma é a próxima geração do Integrity, proporcionando uma seleção, validação e compartilhamento manual de dados feitos por cientistas, para cientistas.

Webinares:

ApresentadorEmpresaBase de Dados no Portal de Periódicos da CAPESDataHorarioTítuloIncrição -Hyperlink
Sergio Delarcina JúniorClarivateCortellis Drug Discovery Intelligence05/04/202411:00Cortellis Drug Discovery Intelligence: Novidades em 2024Inscrição
Sergio Delarcina JúniorClarivateCortellis Drug Discovery Intelligence12/04/202411:00Cortellis Drug Discovery Intelligence : Como gerar tabelas dados de farmacologia experimental para análise de SAR (structure activity relationship)Inscrição
Sergio Delarcina JúniorClarivateCortellis Drug Discovery Intelligence19/04/202411:00Cortellis Drug Discovery Intelligence: Reposicionamento de fármacos para novos desenvolvimentosInscrição
Sergio Delarcina JúniorClarivateCortellis Drug Discovery Intelligence26/04/202411:00Cortellis Drug Discovery Intelligence: Avaliação de risco de Nitrosaminas em Insumos Farmacêuticos AtivosInscrição

O Cortellis Drug Discovery Intelligence permite uma coleta, análise e obtenção de insights precisos e acionáveis ​​em todo o ciclo de vida de P&D, o que possibilita tomar decisões críticas com mais rapidez e confiança. Ele oferece acesso a bilhões de pontos de dados de milhares de fontes por meio de uma única fonte, informa melhor a tomada de decisões com análises preditivas e inteligência artificial, e melhora a comunicação e colaboração entre equipes com visualizações de dados aprimoradas e de fácil acesso.

Hospital das Clínicas de São Paulo é o melhor hospital público do País em ranking internacional

É o segundo ano consecutivo em que o complexo hospitalar aparece na lista do ranking World’s Best Hospitals, ganhando ainda 10 posições em relação ao ano anterior.

Prédios do complexo do Hospital das Clínicas em São Paulo – Foto: Divulgação/EEP HC-FMUSP

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Pelo segundo ano consecutivo, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) foi o único hospital público do Brasil a ser citado no ranking World’s Best Hospitals 2024, publicação anual global da revista Newsweek, em parceria com a empresa de estatística Statisa Inc. Nesta edição, o maior hospital da América Latina aparece na 200ª colocação na lista global, figurando entre os 250 melhores hospitais do mundo e ganhando dez posições em relação ao ranking de 2023, em que ocupou a 210ª posição.

“É com muito orgulho que recebemos mais uma vez esse reconhecimento, que só reforça a referência do HC-FMUSP na medicina, não só brasileira, mas do mundo. Isso só nos motiva a seguir trabalhando para oferecer excelência para a saúde pública, com esperança de alcançar posições ainda melhores nos próximos anos”, afirma o diretor clínico do HC-FMUSP, Edivaldo Utiyama.

O ranking é realizado anualmente desde 2019 e, este ano, analisou dados de 2.400 hospitais de 30 países com base em recomendações de 85 mil profissionais da saúde, pesquisas de satisfação de usuários e indicadores de performance médica. Além do Hospital das Clínicas da FMUSP, mais cinco hospitais brasileiros compõem a lista de 2024: Hospital Israelita Albert Einstein (28ª), Hospital Sírio-Libanês (82ª), Hospital Alemão Oswaldo Cruz (119ª), Hospital Moinhos de Vento (132ª) e o Hospital Santa Catarina Paulista (171ª).

Na lista de melhores hospitais que considera apenas o Brasil, o Hospital Universitário (HU) da USP, que fica no campus da capital, no bairro do Butantã, ficou classificado em 82° lugar.

Lista de hospitais brasileiros na revista Newsweek – Foto: Newsweek

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World’s Best Hospitals utiliza metodologia baseada em três principais dados para a avaliação: recomendações hospitalares de colegas (foram pesquisados on-line médicos, gerentes hospitalares e profissionais de saúde); experiência do paciente (satisfação dos pacientes); e os chamados KPIs médicos (segurança do paciente, medidas de higiene e qualidade do tratamento).

Centro de excelência

Complexo hospitalar que ocupa uma área de 600 mil metros quadrados, com cerca de 2,4 mil leitos distribuídos entre os oitos institutos especializados e dois hospitais auxiliares, o Hospital das Clínicas de São Paulo foi idealizado em 1915 com o objetivo de aprimorar o ensino dos estudantes de Medicina e oferecer assistência médica gratuita à população da capital e do interior do Estado.

Somente em 1938, na interventoria federal de Adhemar Pereira de Barros é que foi iniciada a construção do HC e, desde a sua inauguração oficial, em 19 de abril de 1944, tem se consolidado como centro de excelência e referência no campo de ensino, pesquisa e assistência.

Para conferir o ranking World’s Best Hospitals clique aqui.

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Com informações da Assessoria de Imprensa da FMUSP

Fonte: Jornal da USP

E-book gratuito traz receitas e histórias de vida de cozinheiros do HC de Ribeirão Preto

Entre os principais desafios dos entrevistados, está a transição para a culinária em larga escala sem comprometer o sabor dos pratos, pensando sempre no bem estar, conforto e recuperação do paciente por meio da comida.

Vista aérea do Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto e a capa do livro – Foto: Assessoria de Imprensa / HC-FMRP

Diariamente são produzidas aproximadamente 2700 refeições para o café da manhã, almoço, jantar e ceia, proporcionando conforto e alimentação adequada para os pacientes internados e para profissionais que trabalham no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Sabores do HC FMRP é um livro de histórias de vida e receitas que busca valorizar o trabalho dos cozinheiros e cozinheiras das Unidades de Alimentação e Nutrição do complexo do HC (Campus e Unidade de emergência). O livro foi idealizado e organizado por Laís Mariano Zanin, docente Nutrição e metabolismo FMRP, e Thereza Cristina Pereira Lunardi, diretora  da  Divisão de Nutrição e Dietética HC FMRP, e pode ser baixado gratuitamente no Portal de Livros Abertos da USP neste link

A obra é resultado de uma parceria entre a Diretoria de Nutrição e Dietética do HC FMRP e a Liga Acadêmica de Sustentabilidade e Alimentação Coletiva (Lasac) do curso de Nutrição e Metabolismo da FMRP. Como contam as organizadoras na apresentação, os estudantes do Lasac acompanharam a elaboração das receitas e coletaram as histórias dos cozinheiros, reunindo ainda uma receita deles com ingredientes em tamanho reduzido “para fazer na sua casa” e em tamanho real, “como fazemos no HC”. Há ainda os bastidores da produção. 

“Este livro é resultado de um trabalho coletivo de aprendizado, trocas de vivências e experiências. Esperamos que as receitas e histórias de vida possam  inspirar o resgate às práticas culinárias e valorizar os trabalhadores das unidades de alimentação e nutrição”, afirmam as organizadoras. 

Páginas do livro: histórias e receitas – Foto: Divulgação/HC FMRP

Sabores do HC 

Agnaldo Ferreira da Silva, formado em Gastronomia e com vasta experiência como chef de cozinha, trabalha há dois anos na Unidade de Emergência (UE) e fala sobre seu aprendizado ao enfrentar um ritmo mais pausado da cozinha da UE, que se caracteriza por preparar refeições em menor quantidade, permitindo cozinhar com mais atenção aos detalhes. Para ele, a parte mais prazerosa do trabalho é a descoberta de que a comida desempenha um papel crucial na recuperação dos pacientes. A motivação, como ele diz, também é alimentada pelo afeto e emoção gerada a partir de uma culinária cuidadosa. Sua receita escolhida é de Torta de Carne Moída, que para fazer em casa leva 730 g de patinho moído, mas no HC, a quantidade aumenta para 20 kg.

Há 7 anos como cozinheira no UE, Cláudia Fernanda dos Santos desenvolveu novas habilidades culinárias, aprofundando seus conhecimentos sobre a higienização na cozinha e a compreensão das dietas dos pacientes. Uma observação adicional revela que a receita que ela prepara é muito apreciada, não apenas pelos pacientes, mas também pelos próprios funcionários, Bolinho de chuva com banana. Já Joelma Ramos dos Santos Charlo trabalha há 12 anos na cozinha do HC, e recebe elogios dos pacientes através de bilhetes por sua comida, com a receita no livro do Quibe assado.

Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – Foto: Divulgação/FMRP

Para Leda Adriana Tobias, cozinheira no HC há apenas sete meses, seu grande desafio surgiu na forma do tamanho da cozinha e na quantidade de comida preparada, exigindo uma adaptação rápida para atender às demandas da instituição, e entre as muitas receitas que prepara está Parmegiana de Carne, também listada no livro.  O Bolo Mesclado é executado por Leila Lúcia dos Santos, cozinheira no HC há 11 anos, que se dedica integralmente às preparações, deixando-as bonitas porque, segundo ela, geram prazer e afeto.

Há 37 anos como cozinheira na UE, Maria Josepha Baldicerra adquiriu ao longo do tempo competências como agilidade, paciência, atenção e perseverança, e acredita que seu trabalho é capaz de auxiliar diretamente para a melhora dos pacientes internados através da qualidade e do aconchego que a comida é capaz de gerar.

Veja abaixo algumas das receitas

Torta de Carne Moída – Para fazer na sua casa

Para o recheio730 g de patinho moído1 colher de sopa rasa de sal1 tomate1 cebola4g cheiro verdeTempero  batido  (alho  e  água)  – a gosto

Para a massa½ caixa de leite2 xícaras de farinha2 ovos1 xícara de óleo de soja1 colher de sopa de fermento em pó1 colher de chá de salOrégano a gosto

Para untar a forma1 colher de chá cheia de margarina1 colher de sopa de farinha de trigo

Omelete de forno – Para fazer na sua casa

4 ovos (curiosidade: no HC são precisos 750 ovos)

1 colher de sopa rasa de margarina

250 g de queijo prato ralado

250 g de presunto ralado

300 ml de leite integral

3 cebolas pequenas½ cabeça de alho

1 ½ xícara de óleo

5 tomates

4 cenouras

2/3 de xícara de farinha de trigo

2 colheres de sopa de cheiro verde

1 colher de café de sal

Bolo Mesclado – Para fazer na sua casa

5 ovos (na cozinha do HC são utilizados 120 ovos)

2 xícaras de açúcar

1 xícara de leite

3 xícaras de farinha

1 xícara de óleo

1 colher de sopa de margarina

1 colher de sopa de fermento

1 pitada de sal

3 colheres de sopa de chocolate em pó

Margarina para untar a forma

Farinha para untar a forma

 

Todas as receitas, com seus modos de preparo estão no livro Sabores do HC FMRPque pode ser baixado na íntegra neste link.

Fonte: Jornal da USP

E-book gratuito reflete sobre novos desafios das práticas educativas em museus

O livro, que tem participação de museus da USP, trata da problematização de temas em tempos de crise, como as controvérsias científicas, os marcadores sociais da diferença e as multiespécies, e de como eles têm influenciado as diferentes atividades comunicativas dessas instituições

Livro aborda educação em museus no pós-pandemia – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Educação museal em tempos de crise: reflexões sobre novas práticas educativas acaba de ser lançado no Portal de Livros Abertos da USP, resultado de um curso de extensão coordenado por profissionais que atuam em programas educativos de diferentes museus, e que foi proposto no bojo da reabertura dessas instituições, em março de 2022, dois anos após o início da pandemia de covid-19. A obra é organizada em parceria pelo Museu de Microbiologia do Instituto Butantan, Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP e Museu de Anatomia Veterinária (MAV) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), também da USP. O objetivo é inspirar novas práticas nos profissionais de museus e também em interessados no assunto. Para fazer o download gratuito clique neste link

“Este período de isolamento social foi marcado por uma crise em diferentes setores educativos de vários museus brasileiros, alguns tendo sido fechados, equipes inteiras demitidas, enquanto outros tiveram que reinventar suas estratégias, dedicando-se exclusivamente à ações virtuais e remotas, em função da necessária imposição da quarentena. Influenciados pelo novo contexto social, marcado pelas orientações da saúde pública, pela instabilidade do cenário político, da degradação ambiental e pelas lutas sociais afirmativas e inclusivas, o projeto didático previa uma abordagem que dialogasse com as questões emergentes”, afirmam os organizadores Adriano Dias de Oliveira (Instituto Butantan), Maurício André da Silva (MAE) e Maurício Candido da Silva (MAV) na apresentação do livro. E continuam: “Essa busca por novos desafios pretendia relacionar a prática do dia a dia dos setores educativos com as teorias que estão sendo debatidas por pesquisas atuais, em diálogo com a crise efervescente do momento contemporâneo”.

Ainda segundo os organizadores, “a proposta do curso não teve por objetivo a busca de respostas para as novas demandas, muito menos de modelos de abordagem e práticas educativas exemplares, mas a problematização de temas em tempos de crise, por meio de reflexões das novas questões que deveriam ser abordadas pelos diferentes programas educativos museais, independentemente da caracterização do perfil institucional”. O livro traz as discussões realizadas durante o curso sobre temas atuais que têm impactado a ciência e a vida no planeta, como as controvérsias científicas, os marcadores sociais da diferença e as multiespécies, e sobre como esses temas têm influenciado as diferentes atividades comunicativas  nos museus. “É importante ressaltar que, embora cada instituição (que promove essa iniciativa) possua suas particularidades teóricas e práticas, todas compartilham ao mesmo tempo de problemas comuns dentro do campo da comunicação museal”, destacam os organizadores.

Entre os assuntos abordados, estão as controvérsias científicas, que, segundo a professora Martha Marandino, da Faculdade de Educação da USP, são oriundas do contexto escolar, mais precisamente dentro da relação entre alfabetização científica e ciência, tecnologia, sociedade e ambiente. Para ela, essa relação deve ser considerada quando se pensa nos processos educativos realizados pelos museus, desde atividades de divulgação até programas de formação de equipes, assim como nos cursos de formação para professores.

Outro tema importante, as famílias multiespécies estiveram no centro dos debates, e teve como um dos exemplos um relato de caso que foi amplamente divulgado nas redes sociais, quando, em abril de 2023, uma capivara foi resgatada pelo Ibama, tirada de seu cuidador, o jovem Agenor Tupinambá, um influenciador digital com milhões de seguidores na internet, dividindo opiniões a favor do órgão federal e do cuidador, que tinha a Filó como animal de estimação. “Frente a essa questão controversa, é importante levarmos em consideração o significado de família”, apontam os autores Ingriddy Moreira e Felipe Barbosa Dias.

É possível compreender a relação entre pessoas e animais como família? A relação da capivara com o jovem pode ser entendida como um grupo familiar? Existem interesses por trás desse episódio específico?, questionam o autores, informando que são questões importantes, principalmente, ao analisar o caso à luz do entendimento de “famílias multiespécies”. Essas novas configurações familiares, afirmam, vêm ganhando espaço em diferente áreas do conhecimento – como Veterinária, Psicologia e Direito – devido à importância dada às questões de comportamento entre as pessoas e os animais domésticos.

O livro na íntegra pode ser acessado clicando aqui.

Fonte: Jornal da USP

Os 90 anos da USP de muita história

A partir desta semana, o Jornal da USP publicará uma seleção de livros que contam a longa trajetória da Universidade e de várias de suas unidades.

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No próximo dia 25 de janeiro, a Universidade de São Paulo completa 90 anos de fundação. Ao longo dessas décadas, a USP se estabeleceu como uma das principais universidades da América Latina, galgando, ano a ano, posições cada vez mais importantes e honrosas nos mais prestigiados rankings de avaliação acadêmica do mundo. A história quase centenária da USP e de suas unidades de ensino e pesquisa foram contadas de várias formas, muitos livros foram publicados, muitas entrevistas foram feitas. Para homenagear suas nove décadas de existência, o Jornal da USP publicará ao longo das próximas semanas uma seleção – que se pretende ampla, mas que corre o risco de ser falha devido ao imenso material impresso sobre a Universidade – de livros que contam a história da USP, de seus reitores e de várias de suas unidades.

Alguns dos livros selecionados não estão mais disponíveis para aquisição, mas podem ser encontrados em bibliotecas ou em sites especializados. De qualquer forma, são documentos importantes que merecem e precisam ser apresentados a um público mais amplo, posto que eles dão a dimensão do que representa a USP – uma universidade pública, gratuita e de qualidade – não só para o Estado de São Paulo, mas para todo o País.

Os reitores da Universidade de São Paulo, org. Vera Nakata. Edusp, 232 pág.

O objetivo desta obra é contar a história da USP ao longo de quase nove décadas a partir do olhar de seus reitores. Mas não se trata de uma coletânea de biografias, mas sim relatos de vida, contados por eles próprios, quando possível, ou por seus familiares. O livro está dividido em 28 capítulos, cada um deles dedicado a uma gestão reitoral, de 1934 até 2018. Ao longo de sua história, a USP teve 26 reitores. O primeiro reitor foi o professor da Faculdade de Direito (FD) Reynaldo Porchat, e o primeiro vice-reitor, o docente da Faculdade de Medicina (FM) Antonio de Almeida Prado. 

O livro está disponível para download nas versões em português e em inglês no Portal de Livros Abertos da Edusp.

Universidade, Formação & Transformação, org. Marcello Rollemberg. Edusp/Cecae, 264 pág.

A reflexão sobre o papel das universidades públicas na formação de pessoas como sujeitos ativos na transformação social é o objetivo principal deste livro, idealizado pela então Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e Atividades Especiais — Cecae. A obra divide-se em quatro blocos temáticos, nos quais professores e intelectuais refletem sobre os desafios que se impõem à Universidade na atualidade, e apontam caminhos para suprir as novas demandas colocadas pela sociedade. Ao lado de reflexões teóricas, o livro apresenta um interessante bloco de depoimentos — O Pensar e o Fazer — com entrevistas realizadas com nove ex-reitores da Universidade, entre os quais os professores Hélio Guerra Vieira, José Goldemberg e Miguel Reale, reitor da Universidade por duas gestões, em 1949 e em 1969. Nelas destacam-se as conquistas e os momentos importantes da história da USP e da sociedade, ao mesmo tempo que apontam rumos para o futuro.

Disponível no Portal de Livros Abertos da Edusp

A USP e seus desafios – I Forum de Políticas Universitárias (módulos 1, 2 e 3), org. Marília Junqueira Caldas. Edusp, 264 pág (Módulo 1) e 320 pág. (Módulos 2 e 3)

As Universidades Públicas, e a USP em particular, enfrentam uma série de desafios, como a valorização dos cursos de graduação e a relação entre pesquisa e ensino, dentre outros. Estes temas e outros de igual relevância foram discutidos na USP em seminários institucionais, abertos à participação da comunidade universitária. Os resultados de algumas dessas discussões foram publicados pela Edusp. Divididos em dois volumes, os textos são a contribuição de renomados cientistas e pesquisadores da Universidade para encontrar caminhos de superação das dificuldades. No primeiro módulo, os temas são a avaliação docente e departamental, o regime de trabalho, a avaliação institucional, políticas de graduação, carreira técnico-administrativa, política de pesquisa e pós-graduação, captação de recursos complementares e a relação da Universidade com as fundações. Já o segundo volume, que engloba os módulos 2 e 3, trata da expansão e a valorização dos cursos de graduação e pós-graduação, e o aprofundamento das relações entre pesquisa e ensino. Estes dois volumes, que sintetizam os debates, trazem contribuições de renomados cientistas e pesquisadores de diversas áreas da USP.

Autonomia Universitária na USP, volumes 1 (1934-1969) e 2 (1970-2004). Coord. Marcos Maurício Toba, org. Nina Beatriz Stocco Ranieri. Edusp, 402 pág. (vol.1) e 360 pág. (vol.2)

As atas das sessões do Conselho Universitário são parte importante da memória da USP, registrando as discussões e as deliberações do órgão máximo da Universidade. Os documentos tratam de diversos assuntos referentes à vida universitária e à educação no País, destacando-se o tema da autonomia universitária, debate recorrente na USP desde sua fundação. O primeiro volume da obra reúne excertos das atas no período de 1934 a 1969, demonstrando que a autonomia administrativa e a de gestão financeira e patrimonial são o suporte indispensável da autonomia didático-científica. Já no segundo volume são analisadas as atas das sessões do Conselho Universitário referentes ao período compreendido entre 1970 e 2004. Trata-se de um período marcado por acontecimentos políticos que interferem diretamente no âmbito e nos limites da autonomia universitária, como a cassação de docentes e as intervenções militares e policiais no campus, as restrições aos direitos e a imposição de modelos legais de ensino. Posteriormente, com a redemocratização do País, outras formas de restrição persistiram em situações inteiramente diversas, decorrentes da legislação estatal sobre educação superior no Brasil. O trabalho foi organizado por Nina Ranieri junto à Secretaria Geral da USP, órgão incumbido da elaboração, do arquivamento e da manutenção dessas atas, e coordenado por Marcos Maurício Toba. É uma obra de referência que permite acompanhar a construção e a evolução da autonomia universitária no contexto da educação superior brasileira.

USP 70 anos – Imagens de uma história vivida, org. Shozo Motoyama. Edusp, 704 pág.

Análise histórica das circunstâncias que contribuíram para a criação e o sucesso da Universidade de São Paulo, este é, acima de tudo, um livro de memórias. Baseia-se em depoimentos, documentos e imagens que retratam mais de sete décadas de história da instituição. Neles, antigos e atuais dirigentes relatam sua participação nos rumos tomados pela Universidade, principalmente nas duas últimas décadas do século 20. A contraposição da experiência pessoal de cada um com os contextos social, econômico e político de suas gestões permite a avaliação dos êxitos da instituição e de seus efeitos na sociedade brasileira. Autônoma desde o início, a USP foi criada com o objetivo de se tornar um instrumento de formação de quadros intelectuais, técnicos e profissionais, simultaneamente, contando com a participação de professores e alunos de diferentes origens, características decisivas para seu sucesso como o mais importante centro de ensino e pesquisa do país.

USP Leste – A expansão da Universidade: do oeste para o leste. org. Celso de Barros Gomes. Edusp, 250 pág.

A USP Leste, cujo campus foi inaugurado oficialmente em 27 de fevereiro de 2005, se constituiu num projeto de ampla participação, tendo mobilizado grande número de docentes e servidores técnico-administrativos de diversas unidades, que muito contribuíram para que suas metas de execução fossem cumpridas, dentro do planejamento previsto. O novo campus abriga a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), a 37ª unidade de ensino e pesquisa da Universidade de São Paulo. Esse projeto educacional foi, sem dúvida, a mais importante conquista do ensino superior no Estado de São Paulo nos últimos tempos, indo ao encontro da aspiração histórica da comunidade de uma região da capital densamente povoada e carente de ensino superior gratuito de qualidade, como a de Ermelino Matarazzo. Na ocasião, representou a mais ambiciosa e abrangente ação de inclusão social da USP, ampliando as suas atividades de formação com a oferta de dez cursos de graduação profissionalizantes, como resultado de um processo de interação com as comunidades locais. 

Fonte: Redação (Jornal da USP)

Clarivate anuncia exclusão de cientistas da Lista de Pesquisadores Altamente Citados por fraude

Recentemente a Revista Pesquisa Fapesp [1] publicou matéria que informa que, de um ano para o outro, caiu de 109 para 76 o número de pesquisadores de instituições da Arábia Saudita que integram a lista de 6,8 mil Pesquisadores altamente citados divulgada pela empresa Clarivate.

De acordo com a matéria, “O expurgo é atribuído a denúncias de que as universidades sauditas vinham simulando a contratação de dezenas de pesquisadores estrangeiros altamente citados para melhorar sua classificação em rankings universitários internacionais. A prática não era nova. Em 2011, a revista Science mostrou que universidades do país do Oriente Médio pagavam para cientistas de renome da Europa e dos Estados Unidos adotarem-nas como sua segunda afiliação, em troca do compromisso de estarem nas instituições alguns poucos dias por ano.

Originalmente, as denúncias e o escândalo em si começaram a ser divulgados em 18 de abril de 2023, quando o jornal EL PAÍS[2], revelou os resultados de suas investigações: alguns dos pesquisadores altamente citados que compõem a lista da Clarivate Highly Cited Researchers 2023 [3] obtiveram incentivos financeiros para mudar sua afiliação para a Arábia Saudita.

Após o escândalo descoberto pelo EL PAÍS envolvendo afiliações fraudulentas, a Arábia Saudita perdeu 30% dos pesquisadores altamente citados de que se gabava anteriormente, o que fará com que suas universidades despenquem nos rankings internacionais.

O segundo texto publicado recentemente pelo jornal EL PAÍS[4] em 25 de novembro de 2023 revelou que “A prestigiosa lista de pesquisadores altamente citados, compilada pela multinacional Clarivate, excluiu mais de 1.000 cientistas devido a alegações de fraude.

Essa lista normalmente inclui cerca de 7.000 pesquisadores cujos estudos são os mais mencionados por outros colegas, o que é um suposto indicador de excelência. Rankings internacionais de universidades influentes, como o Ranking de Xangai, levam em conta o número de acadêmicos altamente citados para elevar ou rebaixar uma instituição. Esses cientistas deveriam ser os melhores do mundo, mas nos últimos anos, a lista permitiu que todos os tipos de pesquisadores medíocres agarrassem uma vaga fazendo todos os tipos de truques.”

Ainda de acordo com a reportagem publicada pelo EL PAÍS, ” A Arábia Saudita – determinada a limpar sua imagem – estabeleceu a meta de colocar pelo menos cinco de suas universidades entre as 200 melhores nos rankings internacionais até 2030.

Algumas instituições sauditas adotaram um atalho obscuro: pagar até US$ 75 mil anuais a cientistas estrangeiros altamente citados, mentir no banco de dados Clarivate e declarar que seu principal local de trabalho é uma universidade da Arábia Saudita. No ano passado, cientistas espanhóis altamente citados alegaram falsamente que sua principal afiliação era no reino saudita.

Depois da polêmica, nenhum deles está mais na lista. O maior órgão científico da Espanha, o Conselho Nacional de Pesquisa (CSIC), acaba de abrir um processo disciplinar contra seus cinco pesquisadores supostamente envolvidos.

As universidades sauditas vão despencar nos próximos rankings internacionais, de acordo com uma nova análise da empresa de consultoria SIRIS Academic, com sede em Barcelona, que assessora entidades acadêmicas em todo o mundo.

Este estudo se baseia em relatório mais aprofundado de maio de 2023 pela SIRIS Academic [5], que analisou padrões de afiliação (switch) de pesquisadores altamente citados (HCRs) que indicaram afiliações primárias a instituições da Arábia Saudita entre 2014-2022 e, ao mesmo tempo, afiliações secundárias estrangeiras.

Muitas dessas afiliações secundárias acabaram por ser os seus verdadeiros empregadores primários. Investigações do EL PAÍS, revelaram que alguns dos HCRs obtiveram incentivos financeiros para mudar sua afiliação para uma instituição da Arábia Saudita, sem ter que mudar de empregador.

Este estudo (relatório completo aqui) analisa a evolução desses casos na recém-divulgada lista de Pesquisadores Altamente Citados de 2023, divulgada em 15 de novembro de 2023.

Os resultados revelaram o seguinte:

  • 76 pesquisadores foram principalmente afiliados a uma instituição da Arábia Saudita na lista de Pesquisadores Altamente Citados de 2023, contra 109 HCRs em 2022. Esta é a maior queda dos últimos 10 anos e a primeira queda após um aumento contínuo de Pesquisadores Altamente Citados (HCRs) principalmente afiliados nos últimos 6 anos.
  • A porcentagem de HCRs sauditas que têm uma afiliação secundária estrangeira é de 51% (abaixo dos 75% em 2022), o que é mais de 5 vezes maior do que a participação média de afiliações secundárias estrangeiras nos outros países de referência.
  • 44 dos HCRs da Arábia Saudita de 2022 permaneceram com a mesma afiliação primária em 2023. 60% deles tinham filiação secundária de outro país.
  • 66 não estavam mais listados entre os HCRs da Arábia Saudita em 2023: 13 mudaram sua afiliação primária para uma afiliação de outro país. 52, desapareceu da lista do HCR em 2023. Mais de 80% desses casos tinham um país de afiliação secundária em 2022.
  • Para aqueles 52 HCRs que não estão mais listados em 2023, não está claro se a.) eles foram excluídos pela Clarivate através de seus critérios de exclusão mais rigorosos, b.) eles não estão mais entre os 1% cientistas mais citados ou c.) o HCR decidiu não ser mais listado, por exemplo, devido ao impacto negativo que a mediatização de seus casos teve em suas carreiras de pesquisadores.
  • Havia 32 HCRs da Arábia Saudita recém-listados em 2023: 12 HCRs que foram listados em 2022 sob uma afiliação primária não da Arábia Saudita, mudaram sua afiliação primária para uma instituição da Arábia Saudita em 2023. 20 dos novos HCRs sauditas em 2023 não foram listados na lista de Pesquisadores Altamente Citados em 2022. 50% deles têm uma afiliação secundária a outro país.

As instituições sauditas contavam com 109 pesquisadores altamente citados no ano passado, mas agora têm apenas 76, uma queda de 30%. A Universidade Rei Abdulaziz, com sede em Jeddah, é a mais afetada. Afirmou ter 31 cientistas altamente citados em 2022. Neste ano, tem apenas 12. Como resultado, a instituição cairá mais de 50 posições no ranking de Xangai, de sua posição atual de 166, de acordo com cálculos feitos pelo especialista suíço Yoran Beldengrün, principal autor do relatório da SIRIS Academic. Em abril passado, a consultoria já havia revelado que a Arábia Saudita tinha cinco vezes mais cientistas citados do que a Alemanha, um país com mais que o dobro da população.

Note-se que esse tipo de estratégia de adoção de dupla afiliação/emprego, não é prerrogativa apenas da Arábia Saudita. Na Tabela a seguir, apresenta-se o número de pesquisadores altamente citados que mantém dupla afiliação/vínculo empregatício com mais de uma instituição e país, e seu percentual.

Com relação à Arábia Saudita, em 2022, 75% dos Pesquisadores Altamente Citados (Highly Cited Researchers) tinham duplo vínculo empregatício. Em 2023, esse percentual caiu para 51% com duplo vínculo, índice que ainda é bem alto, em comparação com os demais países que se utilizam desta mesma estratégia.

Segue-se a Índia, com atuais 20% e a Turquia, com 14% de pesquisadores altamente citados que possuem dupla afiliação / vínculo com instituições de pesquisa de outros países.

Nas universidades sauditas, houve uma queda brutal no número de cientistas altamente citados. Não é uma queda natural, mas sim causada pelo impacto (de acordo com a revista Nature) da investigação do EL PAÍS e dos relatórios do próprio SIRIS Academic”, diz Beldengrün.

A Universidade Rei Abdulaziz vai sair do Top 200. A Universidade Taif sairá do Top 300. E a Universidade Princesa Nourah Bint Abdulrahman vai desaparecer do Top 400, de acordo com os nossos cálculos. Esse impacto poderoso nos rankings universitários vai causar muitos danos ao projeto Visão 2030 da Arábia Saudita”, observa o consultor.

Foco por instituição da Arábia Saudita

  • A Universidade Rei Saud (KSU) ainda lidera a lista com a maioria dos HCRs afiliados, ou seja, 32 HCRs. Enquanto no ano passado, foi seguida pela Universidade Rei Abdulaziz (KAU), esta universidade caiu para um terço seu número de HCRs, ou seja, de 31 HCRs em 2022 para 12 HCRs em 2023. A participação de HCRs com uma segunda afiliação estrangeira caiu de 87% para 68% para KSU e de 87% para 42% para KAU entre 2022 e 2023.
  • A King Abdullah University of Science and Technology (KAUST) cresceu de 15 para 18 HCRs em 2023, posicionando-se como a segunda universidade da Arábia Saudita em termos de número de HCRs afiliados. A participação dos HCRs, que têm uma afiliação secundária estrangeira, foi reduzida pela metade, de 22% em 2022 para 11% em 2023.
  • A Universidade Rei Abdulaziz, de acordo com essas primeiras estimativas, perderia mais de 50 posições e ficaria fora do Top 200 do Ranking de Xangai ARWU 2024. Isso provavelmente reduzirá o número de instituições sauditas dentro do Top 200 do Ranking de Xangai para 1 universidade, ficando mais longe do objetivo do Reino de sua Visão 2030 de alcançar 5 universidades no Top 200 de rankings internacionais até 2030.

Foco por país de afiliação secundária

  • A China lidera a lista com 7 HCRs da Arábia Saudita que indicaram uma afiliação secundária chinesa. É o único país com mais de 3 HCRs, em contraste com 6 países em 2022. É seguido por Itália, Índia e Reino Unido, que têm 3 HCRs que indicam uma afiliação saudita primária.
  • As maiores mudanças, em relação a 2022, podem ser vistas para Alemanha e Espanha. Enquanto a Espanha foi o segundo país nesta lista, com 11 HCRs sauditas indicando uma afiliação secundária espanhola em 2022, em 2023 nenhum caso desse tipo foi mais observado.
  • A Alemanha também viu uma queda significativa, de 5 HCRs da Arábia Saudita, indicando uma afiliação secundária alemã em 2022 para apenas 1 caso em 2022.

Conclusão

Os resultados do nosso estudo mostram que a Arábia Saudita experimentou a maior queda de Pesquisadores Altamente Citados principalmente afiliados a eles na última década e que isso provavelmente reduzirá o número de instituições sauditas dentro do Top 200 do Ranking de Xangai para 1 universidade.

No curto prazo, isso afastará ainda mais a Arábia Saudita de seu objetivo Visão 2030 de garantir que 5 universidades estejam classificadas no Top 200 dos rankings internacionais até 2030. Dito isso, acreditamos que, a longo prazo, terá um impacto positivo na política de ensino superior e pesquisa não apenas nos países e universidades que foram negativamente impactados pelo jogo anterior de afiliações no banco de dados de Pesquisadores Altamente Citados da Clarivate, mas também no próprio sistema de ensino superior e pesquisa da Arábia Saudita.

A perda de alguns lugares no Ranking de Xangai não tornará a Arábia Saudita um lugar menos atraente para os principais pesquisadores e não houve grandes ondas de renúncias dos principais pesquisadores da Arábia Saudita; O impacto é simplesmente virtual em uma lista virtual. A ambição legítima de se tornar uma nação líder em pesquisa e ensino superior deve ser baseada em ativos sustentáveis e focada no desenvolvimento de talentos locais. Medidas direcionadas de atração de talentos só fazem sentido se estiverem inseridas em uma estratégia mais ampla de longo prazo.

Certamente que os critérios para que pesquisadores sejam incluídos na lista da Clarivate agora devem ficar ainda mais restritos, depois que o escândalo envolvendo rankings universitários sauditas foi descoberto pelo EL PAÍS em abril de 2023.

EL PAÍS pediu à Clarivate uma lista de investigadores espanhóis excluídos por alegadas más práticas. No entanto, uma porta-voz da empresa disse que a empresa não pode compartilhar esses registros. Ela também enfatiza que “cientistas com comportamento incorreto” demonstrado em pesquisas formais “não podem ser selecionados para a [lista] Pesquisadores Altamente Citados”.

== REFERÊNCIAS ==

[1] FAPESP. Denúncia e exclusão. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/denuncia-e-exclusao/   Acesso em 04 jan. 2024.

[2] CLARIVATE Highly Cited Researchers – Clarivate Disponível em: https://clarivate.com/highly-cited-researchers/ Acesso em 04 jan. 2024.

[3] EL PAÍS. Arabia Saudí paga a científicos españoles para hacer trampas en el ‘ranking’ de las mejores universidades del mundo. Abril 2023. Disponível em: https://elpais.com/ciencia/2023-04-18/arabia-saudi-paga-a-cientificos-espanoles-para-hacer-trampas-en-el-ranking-de-las-mejores-universidades-del-mundo.html  Acesso em 04 jan. 2024

[4] EL PAÍS. The list of the world’s most-cited scientists excludes 1,000 researchers over fraudulent practices. Nov. 2023. Disponível em: https://english.elpais.com/science-tech/2023-11-25/the-list-of-the-worlds-most-cited-scientists-excludes-1000-researchers-over-fraudulent-practices.html   Acesso em: 04 jan. 2024.

[5] SIRIS Academic. A turning point for Saudi Arabian affiliations in the 2023 Highly Cited Researchers™ list from Clarivate. Nov. 2023. Disponível em: https://assets-global.website-files.com/628cd02660188df249f8f8ce/656248a6716009b40e2f6e70_SIRISAcademic_SaudiHCRs2023_Report.pdf Acesso em: 04 jan. 2024

Compilação de informações: Elisabeth Dudziak (Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais da USP).

Texto e fonte: ABCD USP

Da Área Técnica às Páginas: Treinador do Palmeiras Lidera Iniciativa de Leitura em Comunidades Brasileiras

O treinador do Palmeiras Abel Ferreira, conhecido por seu interesse genuíno por livros, recentemente aceitou o convite para ser embaixador da Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias (RNBC), uma entidade civil focada em levar o direito à leitura a comunidades e periferias em todo o Brasil.

Ao assumir esse papel, o treinador demonstra um comprometimento prático com a promoção da leitura em áreas menos privilegiadas. Sua decisão não apenas enfatiza a importância da disseminação do conhecimento, mas também sugere que a leitura pode ser uma ferramenta eficaz na construção de comunidades mais informadas e educadas.

Essa parceria entre o treinador e a RNBC tem o potencial de impactar positivamente as comunidades atendidas pela rede. A ênfase prática na promoção do acesso à leitura pode criar oportunidades tangíveis para o desenvolvimento educacional nessas regiões.

É interessante observar como figuras públicas, fora de seus domínios convencionais, podem desempenhar um papel ativo em questões sociais. A atuação do treinador como embaixador destaca que o compromisso com o desenvolvimento humano vai além do campo esportivo.

A expectativa é que essa parceria inspire outras personalidades a contribuírem de maneiras práticas para a melhoria da educação e acesso à cultura em comunidades menos favorecidas. Ao enfocar ações concretas, essa iniciativa pode sinalizar uma mudança significativa na promoção do direito à leitura em todo o país.

Assista o vídeo completo:

Células Persistentes Tolerantes a Medicamentos no Câncer: Desvendando Mistérios e Explorando Caminhos Futuros

From: Drug-tolerant persister cells in cancer: the cutting edges and future directions

Populações de células persistentes tolerantes a medicamentos (DTP) foram originalmente descobertas em biofilmes bacterianos resistentes a antibióticos. Populações semelhantes, com características comparáveis, foram desde então identificadas entre as células cancerígenas e estão associadas à resistência ao tratamento que não possui uma alteração genômica subjacente. A pesquisa ao longo da última década aprimorou nossa compreensão dos papéis biológicos das células DTP no câncer, embora o conhecimento clínico sobre o papel dessas células na resistência ao tratamento ainda seja limitado. No entanto, espera-se que o direcionamento dessa população proporcione novas oportunidades de tratamento. Nesta Perspectiva, temos como objetivo fornecer uma definição clara do fenótipo DTP, discutir as características subjacentes dessas células, seus biomarcadores e vulnerabilidades, e incentivar pesquisas adicionais sobre as células DTP que podem aprimorar nossa compreensão e possibilitar o desenvolvimento de terapias anticâncer mais eficazes.

Aspectos Essenciais

  • As células persistentes tolerantes a medicamentos (DTP) são fenotipicamente heterogêneas, com características diversas, como fenótipos de proliferação lenta ou quiescentes, e uma variedade de adaptações metabólicas, mudanças de identidade celular e mecanismos de evasão imunológica. Os traços específicos expressos dependem do tipo de câncer e do tratamento recebido.
  • As células DTP surgem estocasticamente. Todas as células cancerígenas têm o potencial de entrar em um estado tolerante a medicamentos, dependendo de sua resposta adaptativa inicial ao tratamento.
  • O fenótipo da célula DTP é transitório e não reflete a presença de mutações de resistência. Essas células podem gerar progênie sensível a medicamentos ou evoluir para uma resistência adquirida irreversível mediada por alterações genômicas adquiridas.
  • As células DTP surgem em tumores que respondem inicialmente a terapias anticâncer sistêmicas e podem não estar envolvidas na recorrência da doença após terapias locais, como cirurgia. Respostas incompletas a terapias sistêmicas podem refletir a coexistência de várias populações distintas de células cancerígenas resistentes, incluindo células tumorais dormentes, células-tronco cancerígenas, clones que abrigam resistência primária e DTPs.
  • Atualmente, não existem biomarcadores universalmente aceitos que permitam a identificação de células DTP. Os papéis das células DTP devem ser investigados no contexto de cenários clínicos específicos para facilitar sua aplicação ideal na oncologia de precisão.

Ler artigo completo em: Nature Reviews Clinical Oncology 

Fonte: Nature Reviews Clinical Oncology