Proteína da saliva do mosquito da dengue tem potencial para tratar doenças inflamatórias intestinais

Foto: Wikimedia Commons

Resultados dos testes mostraram que a administração terapêutica de AeMOPE-1 melhorou sinais clínicos de camundongos com colite

Um peptídeo (pequena proteína) encontrado em maior quantidade na saliva de mosquitos fêmeas de Aedes aegypti, mostrou-se eficiente para tratar colite, uma doença inflamatória do intestino. O mosquito é muito conhecido dos brasileiros por ser o vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Esse resultado foi obtido em uma pesquisa liderada pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, em parceria com a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, Instituto Butantan e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), dos Estados Unidos. 

A administração terapêutica de uma versão sintética do peptídeo em camundongos doentes reduziu a leucocitose (aumento de leucócitos no sangue, que acontece quando há alguma infecção em curso no organismo), a atividade dos macrófagos (células de defesa do organismo do hospedeiro) e a expressão de citocinas (substâncias que participam da inflamação e fazem a comunicação com componentes do sistema imunológico), bem como os níveis de óxido nítrico no intestino dos animais, o que resultou em uma melhora dos sinais clínicos.

O óxido nítrico é um radical livre sintetizado por várias células do nosso organismo, especialmente macrófagos, e desempenha papel importante em doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn e colite ulcerativa. 

Os cientistas mostraram, também, que o peptídeo puro tem sua expressão aumentada em 30 vezes nas glândulas salivares de mosquitos fêmeas quando comparada ao machos, e sua secreção na saliva do inseto induz à produção de anticorpos específicos em animais expostos à picada dos mosquitos.   

Por causa das propriedades acima descritas e pelo fato de não haver moléculas semelhantes em outros mosquitos, os cientistas denominaram a molécula de Aedes-specific MOdulatory PEptide (AeMOPE-1), algo como “Peptídeo Modulador Específico do Aedes”, em português. 

Nos últimos 30 anos, vários grupos de pesquisa vêm estudando a saliva do Aedes aegypti e já foi possível demonstrar o papel dela e de suas moléculas isoladas em reações alérgicas, agregação plaquetária, vasoconstrição e coagulação sanguínea. Mas até a conclusão deste trabalho, havia poucas informações sobre as atividades biológicas da saliva sobre a inflamação e a imunidade do hospedeiro.  

“Utilizamos os bancos de dados de sialotranscriptomas [conjunto de transcritos – RNAs mensageiros – da saliva do mosquito] como um ponto de partida para identificar novas moléculas como a AeMOPE-1, cuja função era até então desconhecida”, explica Priscila Lara, bióloga e primeira autora do estudo.  

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Fonte: Jornal da USP

Aedes aegypti mostra baixa competência para transmitir zika

Aedes aegypti’ apresenta baixa competência vetorial em relação ao zika quando alimentado diretamente em macacos que estão com o vírus na circulação sanguínea (foto: Josué Damacena, IOC/Fiocruz)

Um passo importante para o entendimento da dinâmica de transmissão das arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, é conhecer a capacidade que os mosquitos possuem de se infectar e transmitir os vírus causadores das doenças, característica chamada tecnicamente de ‘competência vetorial’. Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) apontou que o Aedes aegypti apresenta baixa competência vetorial em relação ao vírus zika, quando alimentado diretamente em macacos infectados. O trabalho sugere que a transmissão do vírus seja muito mais impactada pela alta densidade do inseto numa determinada região do que pela capacidade vetorial do mosquito. Os achados reforçam a necessidade de se reduzir a quantidade de vetores como uma importante medida de prevenção. A pesquisa, liderada por especialistas do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários e do Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico em Virologia do IOC, foi publicada no periódico científico Viruses.

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Fonte: FIOCRUZ

Pesquisa aponta novas formulações para o controle do mosquito Aedes aegypti


O Ministério da Saúde lançou, em 24 de novembro, a campanha de combate ao mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya, doenças que podem gerar outras como a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré. O tema da campanha, que será veiculada até 31 dezembro, é Combater o mosquito é com você, comigo, com todo mundo. Faça a sua parte. O objetivo é conscientizar sobre os perigos do inseto, e motivar os brasileiros para o combate aos criadouros. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, entre as medidas tomadas pelo órgão para combater a proliferação do mosquito, estão a compra de inseticidas e as atualizações dos manuais de manejo clínico.

Um método de controle promissor é o uso de mosquitos como veículo para disseminar minúsculas partículas de inseticidas, como o piriproxifeno (PPF) em criadouros. É o que mostra um artigo publicado, recentemente, na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (vol. 115, out/2020). Pesquisadores do Rio de Janeiro investigaram duas novas formulações de PPF contra o Aedes aegypti em dois locais da cidade do Rio de Janeiro para avaliar a eficácia desses produtos.

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Fonte: FIOCRUZ

Secretarias da Saúde e Educação mobilizam estudantes no combate ao Aedes aegypti

Saúde e Educação mobilizam estudantes no combate ao Aedes aegypti

As Secretarias de Estado da Saúde e de Educação vão montar uma grande força-tarefa para combater o mosquito Aedes aegypti, com ajuda dos estudantes das escolas estaduais, municipais e particulares.

Entre os dias 25 e 30 de novembro, as unidades educacionais desenvolverão ações práticas, incluindo a verificação do ambiente escolar para eliminar potenciais criadouros do inseto, mantendo o espaço “em ordem” para o período de férias. A ideia é evitar que as águas da chuva fiquem acumuladas durante o recesso.

Além disso, atividades lúdicas, como teatros, gincanas e outras também serão realizadas, com a finalidade de sensibilizar as crianças e adolescentes sobre a importância de eliminar água parada para proteger a população da dengue, zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo Aedes.

A iniciativa das Secretarias antecede a Semana Estadual de Mobilização contra o mosquito, que ocorre entre 2 e 7 de dezembro e que engajará a sociedade civil, municípios e organizações públicas e privadas para um “mutirão” em SP, focado em controlar a proliferação do vetor.

“Enfrentar o Aedes é uma tarefa contínua e coletiva, visando à prevenção contra doenças que podem aumentar no verão, quando as condições climáticas favorecem a proliferação dos mosquitos. Agradecemos pela colaboração dessas crianças e adolescentes nessa missão, para que todos sejamos multiplicadores de conhecimento e possamos dar exemplo para nossos familiares e amigos”, afirma o Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.

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Fonte: Portal do Governo / SP

Interações entre a saliva do mosquito Aedes aegypti e células do sistema imune cutâneo

zikaO Instituto de Ciências Biomédicas – ICB/USP promove dia 19/06/2019, às 12h, a palestra “Interações entre a saliva do mosquito Aedes aegypti e células do sistema imune cutâneo”.

O Aedes aegypti é o vetor de diversas doenças causadas por vírus, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

Para compreender melhor o processo de transmissão dessas doenças, é fundamental entender como a saliva do mosquito interage com as células da pele – visto que os vírus são transmitidos pela própria saliva do inseto.

E é sobre essa relação que o professor Anderson de Sá Nunes vai comentar na palestra. Ele faz parte do Departamento de Imunologia do ICB e tem grande experiência em temas como inflamação, entomologia médica e fatores imunomoduladores da saliva de artrópodes hematófagos vetores de doenças.

A palestra não requer inscrição.

Informações
Maria Eni do Sacramento Santos
Fone: 3091-7277

Local: Anfiteatro Rosa
Edifício Biomédicas IV
Av. Prof. Lineu Prestes, 1730 – Cidade Universitária

Fonte: ICB/USP

Monitoramento da dengue, zika e Chikungunya 2019

A Secretaria de Vigilância em Saúde lança o Informe Epidemiológico referente ao monitoramento dos casos de Arboviroses Urbanas transmitidas pelo Aedes (dengue, chikungunya e zika).

O documento contém informações da Semana de 01 a 15 (30/12/2018 a 13/04/2019).

Ao todo, 5.214 municípios realizaram algum tipo de levantamento que classifica o risco de aumento das doenças dengue, zika e chikungunya, causadas pelo Aedes aegypti.

Acesse o Boletim aqui!

Fonte: Ministério da Saúde

Guerra contra o Aedes Aegypti

O método Wolbachia, já aplicado no Rio de Janeiro, será levado às cidades de Campo Grande (MS), Petrolina (PE) e Belo Horizonte (MG). Medida reduz doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Foto: Alexandre Penido / ASCOM MS

Três cidades brasileiras irão realizar a etapa final do método “Wolbachia” para o combate ao mosquito Aedes aegypti, antes da sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS). A nova fase do projeto World Mosquito Program Brasil (WMPBrasil) da Fiocruz em parceria com o Ministério da Saúde será testado nos municípios de Campo Grande (MS), Belo Horizonte (BH) e Petrolina (PE). Para isso, a pasta vai destinar R$ 22 milhões. A metodologia é inovadora, autossustentável e complementar às demais ações de prevenção ao mosquito. Consiste na liberação do Aedes com o microrganismo Wolbachia na natureza, reduzindo sua capacidade de transmissão de doenças.

O anúncio da etapa final de avaliação da Wolbachia, nos três municípios, foi feito pelo ministro da Saúde, Henrique Mandetta, nesta segunda-feira, (15), durante a abertura do evento “Atualização em Manejo Clínico da Dengue e febre do chikungunya e no controle vetorial do Aedes aegypti”, em Campo Grande (MS).  O evento tem como objetivo capacitar médicos, enfermeiros, coordenadores e supervisores de Controle de Vetores dos 79 municípios do estado de Mato Grosso do Sul em relação à técnica de manejo, controle do mosquito e operação de campo.

Ao fazer o lançamento, em Campo Grande, o ministro da Saúde reforçou que a estratégia de combate ao mosquito Aedes continua sendo responsabilidade de todos. “Essa é uma estratégia complementar. Governo e população precisam continuar fazendo sua parte. No âmbito da pesquisa, hoje estamos dando um importante passo. Tínhamos duas linhas de trabalho, sendo uma voltada ao controle do mosquito com o uso de inseticidas, e outra direcionada ao controle biológico, que é o caso do uso da Wolbachia. Essa última pesquisa foi muito bem em todas as etapas, desde a parte teórica até o ensaio clínico em laboratório, e no teste em cidades de pequeno porte. E agora, vamos testar em cidades acima de 1,5 milhão de habitantes”, disse o ministro Henrique Mandetta.

De acordo com o ministro, as três cidades, onde serão trabalhadas a última fase, vão servir de base para verificar a eficácia da metodologia nas regiões do Centro-Oeste, a partir de Campo Grande; Nordeste, por meio de Petrolina; e Sudeste, a partir da experiência em Belo Horizonte. “Em breve, devemos fazer em outras cidades, para colhermos os frutos com o desenvolvimento. Isso vai envolver trabalho da assistência, com o acompanhamento do número de casos; de entomologistas, para saber a prevalência do mosquito; com agentes comunitários de Saúde; e por meio de armadilhas colocadas a campo”, explicou o ministro.

A última fase de teste, agora em cidades com mais de 1,5 mil habitantes, com o mosquito Aedes aegypti infectados com Wolbachia, terá início, em Campo Grande, Belo Horizonte e Petrolina, no segundo semestre de 2019 e tenha uma duração de cerca de três anos. O método é seguro para as pessoas e para o ambiente, pois a Wolbachia vive apenas dentro das células dos insetos. No caso do município de Belo Horizonte, o Ministério da Saúde apoiará a realização de Ensaio Clínico Randomizado Controlado (em inglês Randomized Controlled Trial, RCT) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e apoio do National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID).

A medida é complementar e ajuda a proteger a região das doenças propagadas pelos mosquitos, uma vez que o Aedes aegypti com Wolbachia – que têm a capacidade reduzida de transmitir dengue, Zika, chikungunya – ao serem soltos na natureza se reproduzem com os mosquitos de campo e geram Aedes aegypti com as mesmas características, tornando o método autossustentável. Esta iniciativa não usa qualquer tipo de modificação genética.

As liberações de mosquitos são precedidas por uma série de ações educativas e de comunicação, com o objetivo de informar a população sobre o método Wolbachia. Esta etapa tem o apoio e a participação de parceiros do WMP no território, como lideranças comunitárias e associações de moradores, unidades de saúde, escolas e organizações não-governamentais.

A Wolbachia é um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes aegypti. Uma vez inserida artificialmente em ovos de Aedes aegypti, a capacidade do Aedes transmitir o vírus da zika, Chikungunya e Febre Amarela fica reduzida. Com a liberação de mosquitos com a Wolbachia, a tendência é que esses mosquitos se tornem predominante e diminua o número de casos associado a essas doenças nos três municípios.

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Fonte: Ministério da Saúde

 

Uso de Aedes Aegypti transgênico

dengueA justiça autorizou a Oxitec, em ação contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a comercializar o mosquito Aedes Aegypti modificado. O parecer utilizado para a decisão foi o da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que é favorável pela espécie transgênica “não apresentar riscos ao meio ambiente, aos seres humanos e aos animais quando comparada à mesma espécie não geneticamente modificada.” A Oxitec, empresa criada em Oxford em 2002, desenvolve soluções sustentáveis para controle de insetos que espalham doenças e prejudicam plantações. Margareth Capurro, professora do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, explicou como a espécie de mosquito é modificada para controle de população.

A bióloga conta que o inseto transgênico foi apresentado pela primeira vez em 2003, portanto, é um produto que vem sendo testado em laboratório há muitos anos. Margareth Capurro explica que os mosquitos modificados são sempre os machos. A alteração genética faz com que todas as ovas da fêmea que cruzar com aquele mosquito morram. Assim, reduz-se a população daquela área em questão. Ela ressalta que o problema com a ANVISA é a regulamentação dessa espécie, mas que se sabe que a área “tratada” com mosquitos transgênicos não traz problemas para a população.

Segundo a especialista, o inseto geneticamente modificado deve fazer parte de um controle integrado. Ou seja, é necessário observar todos os diferentes criadouros (vasos de planta, reservatórios de água, lixo, garrafas PET, tampas de garrafa, postes, etc.). O mosquito transgênico alcança lugares que o homem não alcança, mas é necessário um trabalho de capacitação e conscientização, não só dos agentes de saúde, mas também de empresas e da sociedade.

Fonte: Jornal da USP

Os ciclos da Febre Amarela

| Os ciclos da Febre Amarela |

As notícias mostram que o o surto de#FebreAmarela que está acontecendo em algumas áreas do Brasil é caracterizado por ser o ciclo silvestre. Mas afinal, o que isso significa?

Fonte: Ministério da Saúde

Palestra sobre Aedes aegypti no ICB

O Instituto de Ciências Biomédicas – ICB da Universidade de São Paulo – USP promove, dia 26/01/2017, palestra sobre Aedes aegypti com o Prof. Peter Piermarini (Department of Entomology, Ohio State University).

O evento é gratuito e não é necessário inscrição.

Em tempo de zika, febre amarela, dengue e chikungunya é impossível não se preocupar com o vetor – aquele mosquitinho famoso que pode transmitir essas doenças para nós – o Aedes aegypti. Como ele pode ser tão eficiente para transmitir quatro doenças? Como funciona o sistema excretor do mosquito?
No dia 26 de janeiro, o ICB recebe o chefe do departamento de entomologia da Universidade do Estado de Ohio, Dr. Peter Piermarini, para falar sobre a fisiologia molecular do Aedes em tempo de zika vírus.